domingo, 27 de abril de 2008
A "Virada Cultural" em São Paulo
A Virada Cultural teve em sua programação 800 apresentações distribuídas em 26 espaços, em sua maioria no centro da cidade. Teve inicio às 18 do sábado indo até daqui a pouco, no entardecer deste domingo. o Evento realizado por 24 horas ininterruptas, com 5 mil artistas em 800 atrações. Tudo de graça e a maior parte ao ar livre. Uma super produção.
Como seria bom um evento deste porte aqui em Fortaleza (Vixi! se já reclamaram do show do Roberto Carlos, imaginem um evento nestas proporções!)
A expectativa da Secretaria de Cultura do município será atrair 3 milhões de pessoas, movimentando em torno de R$ 90 milhões para a cidade.
Os estilos como o hip-hop, rap, DJs, bambas, rodas de samba, mpb, rock, punk se farão ouvir em vários pontos do centro de São Paulo. Atrações como Gal Costa, Luiz Melodia, Marcelo D2, Afrika Bambaataa, Teatro da Vertigem, Jorge Ben Jor, Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, Fernanda Takai, Mallu Magalhães, Balé da Cidade, Zé Ramalho, Jair Rodrigues, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Os Mutantes, a maravilhosa Cesária Évora, de Cabo Verde. E novas e jovens cantoras como Marina de La Riva e Mariana Aydar
Museus e instituições culturais funcionaram ininterruptamente ou até o início da madrugada.
Claro que a segurança é o que mais se discute em um evento destas proporções, como a confusão que ocorreu em 2007 com o show de rap, dos Racionais MCs. A Prefeitura e os organizadores buscaram uma melhor orientação para a atuação da Polícia Militar e Guarda Civil.
A crítica aponta o evento como uma proposta de resgate da Semana de Arte Moderna de 1922 e da Tropicália, só que da Periferia, uma amostra da cultura periférica como o movimento que melhor representa a tradição na contemporaneidade, com as mesmas propostas daqueles movimentos: inovadoras, conscientização, criatividade, protestos, levando o que se realiza nos botecos, nas periferias sem requintes para um grande evento. Aberto a quem se sentir pertencente a Virada, sem rigores e conceitos formados; para toda a gente, daí ser um evento gratuito.
Usufruir da cultura através da arte é por si só despertar nosso potencial criativo, estimular nossos sentidos e consciências. A arte é a expressão simbólica dos processos humanos, da sua existência. É uma forma de promover as transformações de um povo, de uma nação.
Segundo o portal do evento, o mesmo é realizado desde 2005. " A Virada Cultural tem inspiração em eventos europeus, como a Nuit Blanche [Noite Branca] parisiense, que tem características semelhantes, uma festa noturna e agitada, que justifica a fama de Cidade Luz atribuída à capital da França" historifica o Portal Uol que o segundo ano, 2006, foi rondado pelo pânico após os ataques atribuídos ao PCC, e em 2007 a confusão entre a Polícia Militar no show dos Racionais MC’s tirou o brilho do evento.
Espero que este ano tenha sido um evento de muita paz, de alegria, prazer e somente de diversão cultural.
sábado, 26 de abril de 2008
O Mangue e a Carcinocultura
Na medida do possível tento não consumir aqueles camarões enormes, indicador da fonte de sua criação. O que é ruim é que eu adoro camarão a alho e óleo, e ali no Mucuripe, atrás dos pontos de vendas se torna uma dificil tarefa, agregando a paisagem do pôr do sol e dos barcos ancorados. Esperemos então uma forma menos predatória para criação dos mesmos.
"A Instrução Normativa esclarece que os empreendimentos ou atividades de carcinicultura que já estejam licenciados dentro das unidades de conservação federais terão um prazo para a retirada das instalações e a recuperação das áreas. A medida abrange o grupo das unidades de uso sustentável (Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural, que tenham ocupado áreas de manguezais, incluindo as feições mangue, apicum e salgado e todas as Áreas de Proteção Permanente), que terá um prazo para a retirada das instalações e a recuperação das áreas."
sexta-feira, 25 de abril de 2008
A TV e a Maitê
A programação diurna é um verdadeiro "atentado" a formação intelectiva da audiência, melhorava na madrugada, ainda bem! fiquei com a impressão que somente eu assistia a Tv, pelo menos no meu prédio após a novela das oito (que eu não assistia), as luzes pouco a pouco ião se apagando, meia-noite, 1hora, 2horas da madrugada - ficavam somente eu, as dores, a insônia e a tv.
Ana Maria Braga. Antigamente gostava de umas matérias que sua produção fazia logo no inicio do programa, mas só rolava o caso da Isabella. No entanto, uma desta manhãs ela entrevistou a Maitê Proença, e eu adorei! era sobre o lançando do seu primeira livro de ficção "Uma Vida Inventada", que mistura ficção com realidade, falou que não era auto-biográfico.
Na verdade não gostava muito da Maitê atriz, embora bonita com expressivos olhos verdes (azuis?), gosto bem mais da Maitê escritora, me deleitava com a leitura de suas crônicas na revista Época (nossa como faz tempo! eu ganhei a assinatura da revista Época ao comprar meu aparelho de dvd).
Até hoje eu tenho guardadas algumas que eu destaquei da revista. Ela parou de publicar, e eu senti muita falta, eram textos engraçados e inteligentes; adorava suas histórias, algumas até que pareciam comigo.
Na entrevista ela conta que lançou uma compilação de suas melhores crônicas em livro - vou comprar esse livro, claro! No programa da Ana Maria Braga ela se mostrou muito segura, à vontade, inteligente em suas colocações, além de mostrar-se ser uma pessoa simples além de muito bonita. Dias desses colocarei alguns trechos de interessantes crônicas da Maitê.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
JOVENS E O MOVIMENTO ESTUDANTIL
Na Bahia, em 2003/2004, houve grande mobilização de estudantes universitários soteropolitanos que se juntaram aos secundáristas. Após pautas reivindicátorias junto a Universidade e na grande mídia, invadiram e ocuparam a sede da Reitoria da UFBA e fizeram imensas barricadas humanas nas maiores avenidas da capital baiana, estrategicamente parando a cidade por horas. O movimento teve repercussão nacional e várias solicitações foram atendidas, como assistência médica aos graduandos e pós-graduandos, segurança nos campis, alimentação no restaurante universitário e direito a transporte público nos fins de semana para todos os estudantes.
Ainda pleitea-se a Reforma Universitária, o direito por uma universidade pública, gratuita e por um ensino de qualidade.
fonte da foto: http://www.terra.com.br/istoe/
domingo, 20 de abril de 2008
Por mim: nem sol, nem lua, (só) eu!
Hoje eu encontrei a lua
Antes dela me encontrar
Me lancei pelas estrelas
E brilhei no seu lugar
Derramei minha saudade
E a cidade se acendeu
Por descuido ou por maldade
Você não apareceu
Hoje eu acordei o dia
Antes dele te acordar
Fui a luz da estrela guia
Pra poder te iluminar
Derramei minha saudade
E a cidade escureceu
Desabei na tempestade
Por um beijo seu
Nem a lua, nem o sol, nem eu
Quem podia imaginar
Que o amor fosse um delírio seu
E o meu fosse acreditar
Hoje o sol não quis o dia
Nem a noite o luar
- Lenine
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Duas
Ora, é preciso então sentir. Como se manifestam os sentidos latentes que só sentem e não pensam?
Criatura
Ah, como é bom viver! sentir a vida correr em nossas veias, nossos caminhos fecundos internos.
celebremos a vida! ufa!
Ah, e essa danada de virose a tentar me derrubar.
"Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança nem bicho sofrer.” - Clarice Lispector
quarta-feira, 16 de abril de 2008
IDÉIA
Os meios de comunicação nos trazem a todo momento notícias que nos entristecem, nos aborrece ou nos puxa à reflexão.
três assuntos não saem de cena nos noticiários nacionais, o de maior enfase é o caso da menina Isabella, mais um triste fato de agressão e violência contra crianças; um caso de polícia de difícil solução, certamente ja se tomou proporções sensacionalistas pela máquina midiática.
Os outros dois assuntos são extremamente opostos, ao mesmo tempo em que se discute o aniversário de 50 anos da Bossa Nova, se discute 1968 (comemora?), os anos de repressão da ditadura militar e as músicas de protesto da época.
Tive minha primeira infância em plena ditadura - com aquelas fotinhas de colégio, com uma cara "não to entendendo porque tenho que tirar essa foto!", em uma mesa, com um livro aberto, ao lado do globo e com a bandeira nacional em nossas costas; ah, ainda tinha o hasteamento sagrado da bandeira, e eu que estudava à tarde, com o sol a pino, não tinha como escapar.
Acho que venho de uma geração que nos foi proibido pensar e falar.
A cada dia reluto contra essa ideia.
Hoje vejo uma juventude que idolatra ou sente uma nostálgica (?) de uma era na qual não viveu, e como disse Zuenir Ventura "no entanto não mais existe um motivo", ele fala da motivação política, das perseguições, das mortes, das torturas, da não liberdade.
Hoje os movimentos lutam pela justiça social.
Eu, em minha existência como cidadã e profissional, com minha pequena e enjoadiça, porém ainda existente, compreensão política, luto diariamente contra a indiferença que é nos imposta pelo sistema, procurando não me deixar seduzir pelo olhar vazio e passivo da exclusão vista nas ruas e nas relações, do comodismo da existência de uma cidade dúbia como Fortaleza.
Não gosto muito de radicalismos de posições e de muita racionalização, acho que nos cegam.
As vezes o sentir nos faz mais brandos em nossas falas e posturas, mais prudentes para conseguir enxergar o todo de forma mais plena.
domingo, 13 de abril de 2008
O BLOG
Um pouco mais do entuito deste blog: estudos e conhecimento sobre cidades e turismo.
Enfim, sem reticências!
A tristeza me fez mergulhar em águas profundas dentro de mim.
Em mares por onde nunca quis navegar.
Parada. Precisava ja há alguns anos.
Revisão de valores e sentidos.
Qual o ponto?
Ficar mudo por enquanto é a melhor opção para ouvir meu grito interior.
Dispo-me inteira.
Um dia a voz terá a palavra certa.
FORTALEZA E O SONHO DO BELO
A insatisfação é geral. Assisti pela TV a quase destruição total de um dos edifícios mais antigos de Messejana. Lembrei então, da disputa de gangues para saber qual seria a primeira a pichar o monumento à Iracema, personagem do romancista cearense José de Alencar, erigido dentro da lagoa do bairro. Sem vigilância no local, aconteceu grande depredação da área revitalizada; onde placas informativas foram pichadas, luminárias, grades de proteção e bancos quebrados. Ao que parece, negação por uma identidade local e autodestruição cultural, necessidade de trabalhos de cidadania, educação patrimonial e ambiental, especialmente para crianças e adolescentes.
Fortaleza tem carência de espaços públicos, áreas verdes urbanas, parques e praças onde o citadino possa simplesmente estar. Espaços para a troca, para o diálogo ou somente para apreciar a paisagem. Se negarmos os espaços favorecidos por bares, restaurantes e quiosques, isto é, pelo consumismo, o fortalezense terá dificuldade em encontrar um local onde possa simplesmente estar e “consumir” a paisagem sem atrelar ao assédio da compra e do consumo, sobretudo à noite. Muitas vezes estes espaços são privatizados ou invadidos. Vi algo inacreditável, um desvio no calçadão da Praia do Futuro para que o taxista suba com seu carro à calçada e deixe passageiros na porta da barraca de praia. Está lá, para todo mundo ver esta pequena manifestação de uso indevido do espaço público e desrespeito à cidade.
A Avenida Beira-Mar é palco de situações sociais de difícil resolução; a primeira diz respeito à prostituição, principalmente com estrangeiros. Também vi o caos em que se tornou o calçadão com tantos ambulantes; o mercado persa em que se tornou. Meu sentimento foi de incomodo ao observar visitantes serem abordados e perseguidos por vendedores de passeios turísticos e de como as pessoas utilizam os bancos do calçadão como vitrine de suas mercadorias.
Nunca vi nada igual! Como Turismóloga, fiquei constrangida; por todos; turistas, que compraram o paraíso; profissionais que planejam o turismo da cidade e pelo povo que sem inserção no mercado, trabalham na informalidade, oferecendo todo tipo de serviço ou produto do agrado ou necessidade dos milhares de turistas que nos visitam, na tentativa de conseguir um pouco da “galinha dos ovos de ouro”.
Políticas públicas priorizam divulgação maciça (nacional e internacional) de Fortaleza endossada pela iniciativa privada, incrementando um turismo de pouca sustentabilidade e de efeitos negativos visíveis. Sinceramente, nada contra a divulgação da cidade ou a luta pelos cifrões que a economia do turismo mobiliza, mas acho que precisamos refletir como o turismo vem se desenvolvendo no Ceará. Creio que acabaremos seguindo os caminhos trilhados pela Bahia, há cerca de dez anos, marcada pela violência urbana e social e com imagem negativa de destino turístico que a acompanhou por muito tempo.
Como moradores desta cidade, precisamos de uma cidade democraticamente moderna, boa infra-estrutura e bela. Não somente uma imagem ou paisagem construída para venda turística, ou uma secção de modernidade representada por um pedaço de litoral através da Avenida Beira-Mar ou do bairro do Meireles.
Como diz Gilberto Gil “Oh mundo tão desigual, tudo é tão desigual. Oh, de um lado esse carnaval, do outro a fome total”. Que faremos amigos de Fortaleza? É um milagre ou um pesadelo medonho o turismo que aqui se instala. Que novidade de modernidade sonhamos, que estraçalha, despedaça o nosso sonho de uma Fortaleza Bela.
06/07/2006 Texto originalmente a ser publicado no jornal O POVO, do Ceará.
Maria Evanir Morais de Souza - Mestranda em Arquitetura e Urbanismo – UFBA
UM BRINDE À BACO!
Foi sugerido por mim que revejam o horário para tal encontro mensal enológico, visto que tenho interesse em uma das vagas como sócia, pois esbarro no horário, pois estou até 22h em sala de aula.
Então, o grupo fundador do referido encontro bacovinhoense foi favorável a minha solicitação, após colocar em pauta no "grupo dos dois" (heheheh). Assim seja, estarei presente no próximo encontro.
Sem mais, abraços amantes e embriagadores de uma admiradora de Baco, o Deus do Vinho e da..... (nem queiram saber!)
"As quintas do Guilherme"
Eu
Minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida
Minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças
Minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas
Minhas faces, minhas flores
Tô limpando minhas casa
Minha cama, meus quartinho
Tô soprando minha brasa
Minha Brisa, meu anjinho
Tô percebendo minhas culpas
Meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas
Meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim.
- Vander Lee
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Revolução Nada Silenciosa
Evanir Morais é turismóloga, formada pela UNIFOR/1992, professora da UVA - Universidade Estadual Vale do Acaraú - e coordenadora do curso de Turismo da FLATED - Faculdade Latino Americana de Educação/CE.
publicado originalmente no Jornal O Povo, do Ceará, em 2 de junho de 2003.